13 de abril de 2022
A revista britânica The Lancet publicou o artigo científico com os resultados do estudo RECOVER-SUS, coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia (INI) da Fiocruz do Rio de Janeiro. O estudo foi uma colaboração entre universidades, instituições de pesquisa e unidades de saúde do SUS, entre elas o Instituto Couto Maia, hospital que foi referência para o atendimento de pacientes com Covid-19 durante a pandemia.
Os pacientes foram acompanhados diariamente durante o período de internação hospitalar e, após a alta, com contatos em 30, 90, 180 e 360 dias para verificar a incidência de mortalidade hospitalar e desfechos graves (necessidade de nova hospitalização ou óbito) após alta hospitalar, no período de junho de 2020 a março de 2021.
Com isso, foi formado um grande banco de dados, com 1.589 pacientes (54,5% homens e 45,5 mulheres). De acordo a médica infectologista do ICOM Verônica Rocha, o estudo permitiu que fossem feitas diferentes análises para compreender diversos aspectos da doença, uma vez que envolveu muitos centros de saúde e diferentes regiões brasileiras, evitando o viés de uma única instituição.
O Brasil, até o momento é o segundo país do mundo com maior número de mortes por Covid-19, mais de 661 mil óbitos. Em todo o mundo foram relatadas taxas de mortalidade por Covid-19 entre 17% e 38%.
O estudo verificou que 27% dos pacientes morreram durante o período de internação, sendo que a média de tempo no hospital foi de 14 dias. 65 pessoas, ou 6,7%, foram reospitalizados ou morreram em um período de 52 dias após a alta.
Foram observadas altas taxas de mortalidade durante o período de hospitalização com agravante para idade avançada, uso de suporte ventilatório substancial e pacientes que chegaram em estado muito grave ao hospital. A médica Verônica Rocha acredita a grande mensagem que fica desse trabalho é a “importância de darmos atenção especial aos pacientes idosos com Covid grave que recebem alta. Ainda continuam sendo um grupo de risco com maior chance de reinternação e óbito pós alta. Um grupo que precisa ainda ser acompanhado de perto no pós alta”.