28 de outubro de 2022
O artigo científico, do qual as nutricionsitas do ICOM Renata Santos Guimarães e Adriana D’ávila de Oliveira, participaram foi publicado na revista Research, Society and Development e trata da assistência nutricional durante a pandemia da COVID-19 para pacientes internados em unidades de terapia intensiva. O estudo avaliou características clínicas (queixas, comorbidades, tempo de internamento e evolução), nutricionais (diagnóstico nutricional e dieta prescrita na admissão) e a procedência do paciente.
Foram estudados 643 pacientes com média de idade de 63 anos, sendo 60,3% de idosos, 58,2% do sexo masculino e 53,2% vindos do interior do Estado da Bahia. Hipertensão arterial foi a comorbidade mais frequente (61,1%), seguida por diabetes mellitus (41,4%). Já dificuldade respiratória (79,8%) e febre (48,7%) foram as queixas mais referidas. O tempo de permanência no hospital foi em média de 11 dias e 85,6% dos pacientes foram a óbito.
Apenas 46,7% pacientes tinham registro de diagnóstico nutricional, dentre eles 69% foram diagnosticados com excesso de peso e 11,7% com desnutrição. Os resultados do estudo demonstraram a deficiência da assistência nutricional em pacientes críticos com COVID-19 no início da pandemia. Um dos motivos para essa deficiência, segundo as pesquisadoras, foi a dificuldade na avaliação nutricional, uma vez que, em função do isolamento neessário, esta atividade era feita por médicos e enfermeiros e não por nutricionistas. Ainda assim a a terapia nutricional foi iniciada precocemente.
O estudo destaca “que o surto de uma doença nova nos remete à reflexão e aprendizado com as experiências vivenciadas durante a pandemia, bem como a nos esforçarmos para acertar em situações emergenciais futuras.” A sugestão apresentada pelas pesquisadoras é a adaptação de escalas de silhuetas já existentes, utilizando menor quantidade de imagens, proporcionais aos valores de IMC. De acordo com elas, essa proposta tornaria possível a avaliação nutricional à distância, quando necessário em situações catastróficas como as pandemias e endemias de doenças contagiosas, diminuindo, portanto, a defasagem entre o real e o subjetivo.