22 de agosto de 2022
O Ministério da Saúde deve divulgar o calendário da vacinação contra a monkeypox, conhecida como varíola do macaco, até final deste mês. A ANVISA já aprovou a dispensa de registro para importação de vacinas e medicamentos destinados à prevenção de tratamento da doença.
Segundo a ANVISA esta aprovação, com caráter excepcional e temporário, permitirá que o Ministério da Saúde solicite à agência a dispensa de registro de medicamentos e vacinas que já tenham sido aprovados por autoridades internacionais, que estão especificadas na resolução de dispensa do registro.
O Ministério da saúde anunciou que, caso as 50 mil doses solicitadas pelo Brasil cheguem ao país, a prioridade será dos profissionais de saúde que lidam com materiais contaminados diariamente.
Segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Brasil tem, até o momento, 3.788 casos confirmados da doença, além de 4.175 casos suspeitos e uma morte confirmada. Até o momento, o Ministério da Saúde não declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por causa da doença.
A transmissão ocorre por meio de contato próximo e prolongado com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e objetos contaminados. A relação sexual é, até o momento, o mais importante meio de transmissão. Qualquer tipo de contato sexual com alguém infectado implica em grande risco.
O principal sinal é o aparecimento de pústulas na pele de forma aguda. Se este quadro também apresentar dor de cabeça, febre alta e íngua, é necessário realizar o teste PCR específico. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais, região de maior concentração nos casos recentes.
O período de incubação, no qual a pessoa infectada é assintomática, é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Pessoas que tiveram contato próximo com uma pessoa doente ou estiveram em ambiente infectado devem monitorar com atenção a saúde por 21 dias contados após a última exposição.
A erupção cutânea passa por diferentes estágios antes de formar uma crosta, que cai após alguns dias. Quando a crosta desaparece, o indivíduo deixa de infectar outras pessoas.
Os grupos que correm mais risco de desenvolver casos graves são os bebês recém-nascidos, crianças e pessoas imunossuprimidas. Não existe um medicamento específico e aprovado para o tratamento da varíola dos macacos no Brasil. Podem ser utilizados, quando necessários, medicamentos para sintomas como dor e febre.
A pessoa infectada deve cuidar das lesões, mantendo-as limpas e secas até as crostas saírem. Para prevenir a contaminação é importante higienizar bem as mãos, utilizar máscaras em locais fechados e evitar contato com pessoas contaminadas. Além disso, desinfetar ambientes e objetos usados por pessoas infectadas quebra a cadeia de transmissão.
A monkeypox é uma doença viral, considerada uma zoonose. Apesar do nome, o surto atual não tem a participação de macacos na transmissão. O reservatório natural da doença ainda está sendo investigado, principalmente em pequenos roedores.
Não há caso confirmado de transmissão macaco – pessoa, portanto eles não devem sofrer agressões, mortes ou quaisquer tipos de maus tratos. Os macacos têm papel importante no meio ambiente e são indispensáveis para a manutenção da saúde ambiental e humana.