5 de dezembro de 2019
Dezembro é o mês voltado às ações de conscientização da população sobre a importância da prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis, HIV/aids e das medidas de detecção e tratamento. Durante todo o mês, serão realizadas diversas ações no ICOM, o primeiro evento foi o Dia D, em 2 de dezembro, quando a equipe do ambulatório formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, assistentes sociais, fisioterapeutas e psicólogos fez uma série de palestras com a realização de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatite B e C. Na palestra, a enfermeira Lívia Castro esclareceu como são feitos os testes e, em seguida, foram distribuídos laços vermelhos e kits contendo lubrificantes, preservativos masculinos e femininos. As pessoas interessadas puderam realizar o teste para a detecção dessas três doenças.
O resultado do teste é obtido em apenas 30 minutos e os profissionais de saúde comunicam a cada pessoa de forma individual e sigilosa, o que inclui uma abordagem de acolhimento, orientação e encaminhamento para tratamento, se necessário.
Importante lembrar que todas as informações são confidenciais e apenas o paciente e o profissional de saúde têm conhecimento. Se o resultado for positivo, o paciente é direcionado para atendimento médico e orientado a comunicar a todos os seus parceiros sexuais para que estes também realizem o teste e, o quanto antes, possam iniciar o tratamento se o resultado também for positivo.
Antes da palestra, os pacientes foram convidados pela equipe de fisioterapia a realizar exercícios de alongamento e relaxamento, a fisioterapeuta Tereza Cristina Batista Teles explica que os pacientes com aids, tanto em tratamento ambulatorial como internados no ICOM, fazem reabilitação, porque é comum que tenham sequelas que dificultam alguns movimentos.
No kit entregue aos pacientes do ICOM, além do preservativo masculino, de uso mais comum, também foram entregues o preservativo feminino e o lubrificante. A enfermeira Cenize Cantão, coordenadora do ambulatório do ICOM explica que ainda há alguma resistência das mulheres em usar o preservativo feminino, mas que é um método seguro para prevenção das DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e gravidez. . O Brasil é o país que mais compra preservativos femininos no mundo, por meio do governo federal. O Ministério da Saúde distribui, gratuitamente, todo ano, mais de 10 milhões de camisinhas femininas, para toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O preservativo feminino dá maior autonomia à mulher, porque permite que tenha em suas mãos o instrumento que vai protegê-la do contágio por DSTs.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2019, elaborado pelo Ministério da Saúde, no ano passado foram diagnosticados 43.941 novos casos de HIV e 37.161 casos de aids, a diferença entre os números é porque ter HIV não significa desenvolver aids. Na Bahia, até setembro deste ano, 455 pessoas vieram a óbito por causa da doença. Em 2018, esse número foi de 574 e, em 2017, 623 óbitos foram registrados.
A notificação para infecção pelo HIV passou a ser obrigatória em 2014, assim como o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV, independente do comprometimento imunológico. A medida trouxe mais acesso ao tratamento e aumento de diagnósticos.
Os números têm mostrado uma evolução positiva, mas o Ministério da Saúde acredita que ainda há no Brasil 135 mil pessoas vivendo com HIV sem saber, por isso a importância das campanhas realizadas no Dezembro Vermelho para alertar a todos sobre a importância de realizar o teste.
Nos últimos anos, a infecção por HIV tem crescido entre a população mais jovem. A maioria dos casos de infecção no país é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, os dados mais recentes indicam que este grupo representa 57,5% das notificações de novos pacientes portadores de HIV, o que representa 18,2 mil pessoas.
As pessoas que não se preveniram em algum momento da vida devem procurar uma unidade de saúde e realizar o teste rápido.
Caso o teste de HIV seja positivo, com o tratamento adequado, o vírus HIV pode ficar indetectável, ou seja, o tratamento é capaz de reduzir a quantidade de HIV no sangue para níveis que não são detectáveis por testes laboratoriais padrão. Quando o paciente está na condição em que o vírus é indetectável, significa que ele não pode ser transmitido por relação sexual, e o paciente não irá desenvolver aids. Para ser considerado indetectável é preciso que a carga viral do HIV seja indetectável há pelo menos seis meses e para se manter assim é necessário realizar os exames de avaliação da carga viral a cada 6 meses. Todo o tratamento é oferecido pelo SUS, gratuito, seguro e eficaz.