26 de junho de 2024
O herpes zoster é uma infecção dolorosa e comum, causada pelo mesmo vírus que provoca a catapora, o varicela zoster. Quem teve catapora na infância pode desenvolver herpes zoster anos depois, quando o vírus se reativa no organismo, devido à queda da imunidade. A doença se manifesta por meio de bolhas na pele, que causam dor intensa e podem trazer complicações sérias.
O herpes zoster pode afetar qualquer pessoa que já teve catapora, mas é mais comum em pessoas com mais de 50 anos. Isso porque a imunidade natural diminui com o passar dos anos, facilitando a reativação do vírus. Além disso, pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como transplantados, portadores de câncer, HIV e outras doenças crônicas, também têm maior risco de desenvolver herpes zoster.
O herpes zoster se caracteriza por pequenas bolhas que surgem em uma área do corpo, geralmente no tórax, no abdômen ou no rosto. Essas bolhas são muito dolorosas e podem causar sensações de queimação, pontadas, choques ou dormência. Além disso, os pacientes podem apresentar coceira, formigamento, dor de cabeça e mal-estar.
O herpes zoster pode trazer sérias complicações para a saúde, especialmente se não for tratado adequadamente. A mais frequente é a neuralgia pós-herpética (NPH), que é uma dor persistente que pode durar meses ou anos após o desaparecimento das bolhas. A NPH afeta cerca de 30% dos pacientes com herpes zoster e requer um tratamento específico.
Outra complicação grave do herpes zoster é a oftalmia herpética, que ocorre quando o vírus atinge o nervo que controla a sensibilidade da face, o trigêmeo. Se o ramo oftálmico desse nervo for afetado, há o risco de lesões nos olhos, que podem levar à perda da visão.
O herpes zoster é uma doença muito comum na população. Estima-se que cerca de 94% dos adultos brasileiros acima de 20 anos tenham o vírus varicela zoster no organismo. E, de acordo com pesquisas realizadas nos Estados Unidos, um em cada três desses indivíduos poderá ter herpes zoster em algum momento da vida.
Além disso, os casos de herpes zoster aumentaram durante a pandemia de COVID-19. Um estudo da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) mostrou que houve um crescimento de 35,4% nas notificações de herpes zoster durante a pandemia, em comparação com o período anterior. Outra pesquisa, feita com adultos com 50 anos ou mais nos EUA que tiveram COVID-19, também indicou um risco maior — de 15% — de ter herpes zoster, em relação aos que não foram infectados pelo novo coronavírus. Os pacientes que precisaram ser hospitalizados por COVID-19 tiveram 21% mais chances de ter herpes zoster.
Apesar de terem nomes parecidos, o herpes zoster não é o mesmo que o herpes labial e o herpes genital. Essas infecções são causadas por vírus diferentes, embora tenham algumas características em comum, como a formação de bolhas na pele e a permanência do vírus no organismo após a primeira infecção. O herpes labial, que provoca lesões na boca, é causado pelo herpes simplex vírus tipo 1, enquanto o herpes genital, o qual é uma doença sexualmente transmissível, é causado pelo herpes simples vírus tipo 2.
O herpes zoster pode ser prevenido por meio de vacinação, que está disponível para pessoas com 50 anos ou mais. A vacina reduz o risco de desenvolver a doença e suas complicações, além de diminuir a intensidade da dor. A vacina é segura e eficaz, mas deve ser aplicada com orientação médica.
O tratamento do herpes zoster deve ser iniciado o mais rápido possível, assim que surgirem os primeiros sintomas. O tratamento consiste no uso de medicamentos antivirais, que ajudam a combater o vírus e a acelerar a cicatrização das bolhas, e de analgésicos, que aliviam a dor. Em alguns casos, podem ser necessários outros medicamentos, como corticoides, antidepressivos ou anticonvulsivantes, para controlar a dor crônica ou a inflamação do nervo.
O herpes zoster é uma doença que pode afetar a qualidade de vida das pessoas, interferindo na rotina familiar, profissional e social. Por isso, é importante buscar informação, prevenção e tratamento adequados. Procure seu médico para saber mais sobre o herpes zoster e como se proteger dessa doença.