18 de fevereiro de 2020
O carnaval é uma festa de rua que provoca grandes aglomerações de pessoas, o que favorece a transmissão de doenças veiculadas pelo ar. Durante o carnaval, é comum a ocorrência de casos de doenças virais, justamente porque a grande proximidade entre os foliões, contribui para o contato com as gotículas que são expelidas quando tossem, falam ou espirram.
A ingestão de alimentos de procedência desconhecida, também é um risco. É importante tomar cuidado com os alimentos consumidos para evitar a ocorrência de infecções gastrointestinais, manifestadas por diarreia e vômitos, que podem levar a desidratação.
A prática de sexo sem proteção, favorece a ocorrência de infecções sexualmente transmissíveis – IST. A sífilis tem despontado como grande problema de saúde pública, por se tratar de uma doença de curso crônico, associada à possibilidade de complicações graves no sistema nervoso, grandes vasos e olhos. A sífilis apresenta também o agravante de poder ser transmitida da gestante para o bebê, o que pode acarretar danos graves à saúde do recém-nascido.
A infectologista e diretora técnica do ICOM, Maria Alice de Sena, alerta que “a pessoa que adquire uma infecção sexualmente transmissível – IST, tem o risco aumentado de se contaminar com outras, como hepatites B e C, HIV, herpes genital etc. Isso porque elas compartilham a mesma via de transmissibilidade”.
A mononucleose infecciosa, conhecida como “a doença do beijo”, pode também apresentar aumento de incidência durante o carnaval. Esta doença, que se caracteriza pela ocorrência de dor de garganta com formação de placas, aumento de gânglios (ínguas), febre, dores musculares e aumento de vísceras abdominais, se transmite pelo contato próximo com o portador do vírus.
A emergência de uma nova doença sempre é motivo de preocupação, visto que não se conhece, profundamente, o seu comportamento. À luz do que já se sabe, até o momento, não há casos confirmados do novo coronavírus no Brasil e todos os esforços estão sendo empreendidos para limitar, ao máximo possível, a penetração deste vírus no país. Trata-se de uma doença de interesse sanitário internacional, havendo vigilância constante para evitar a ocorrência de casos importados.
Regra geral, na prevenção de infecções virais transmissíveis pela via respiratória, o principal cuidado é evitar aglomerações, observar as regras de higiene, como lavar as mãos, frequentemente, não tocar mãos sujas na face, nariz ou mucosas, utilizar lenço para cobrir boca e nariz ao espirrar ou tossir e descartá-los logo em seguida, higienizando as mãos, evitar locais fechados com aglomerado de pessoas.
Os foliões devem ter atenção com água empoçada no circuito do carnaval, assim como a ingestão de bebidas direto das latas e garrafas. Porque há risco de desenvolvimento de leptospirose, doença que pode ter um curso grave, com comprometimento das funções renal e respiratória.
A infectologista Maria Alice Sena lembra que o carnaval é uma grande festa popular, que atrai gente de todo mundo para a cidade. “É importante que o folião fique atento às regras de higiene, de hidratação, evitando consumo de alimentos e água de procedência duvidosa e praticar sexo seguro. Os surtos que ocorrem de doenças pós Carnaval, em geral de origem viral, estão mais associadas à não observância dessas regras e das aglomerações. Brinquemos com responsabilidade”.