19 de junho de 2023
Em sessão realizada no auditório do ICOM, Shirley Cruz, sanitarista e coordenadora do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia, apresentou os principais resultados do boletim epidemiológico do ano de 2022 do Instituto Couto Maia. Dentre os 2.421 pacientes internados, 79% (1.914) foram de Doenças de Notificação Compulsória (DNC), tendo como principais causas a Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG (42%), AIDS (30,2%), meningite (6,4%) e hanseníase (4,1%).
Os pacientes internados por SRAG no ICOM, teve um predomínio de crianças e adolescentes, observando-se uma baixa cobertura vacinal e a necessidade de cuidados intensivos na maioria dos casos. Já entre os adultos, a maioria foi composta por indivíduos do sexo masculino (61%) e de portadores de algum tipo de comorbidade (81%).
“Após dois anos de monitoramento dos casos de SRAG desde que a pandemia teve início, a imunossupressão foi a comorbidade mais registrada, superando, inclusive, as doenças cardiovasculares, a diabetes e a obesidade, observadas nos anos anteriores. Esse achado pode ser atribuído a expansão dos internamentos para outras doenças, além das infecções respiratórias”, avalia Shirley.
A AIDS foi a segunda causa de internamento, composta em sua maior parte por adultos com idade entre 30-39 anos, e indivíduos do sexo masculino que representaram 68% (393 casos) dos casos internados. A coinfecção com tuberculose teve contribuição importante no internamento de pacientes com HIV/AIDS, correspondendo a 28% do total pela infecção.
A terceira maior causa de internamento foi a Meningite. No ano de 2022, o NHE notificou 167 casos de pacientes com suspeita de meningite, dentre os quais 158 foram confirmados (94,6%). A faixa etária de maior frequência foi de 20 a 59 anos, com predomínio em indivíduos do sexo masculino (62,7%). Em relação à classificação etiológica a maioria foi por meningite viral (42%), seguida pela meningite não especificada (16%) e meningite bacteriana (15%).
O Núcleo Hospitalar de Epidemiologia é o setor responsável por coletar, investigar e oferecer informações estratégicas que contribuem para que o ICOM possa se organizar e preparar respostas no manejo de eventos de interesse à saúde. O NHE do ICOM foi criado em 2007, é composto por oito profissionais com distintas formações (médicos, odontólogos, sanitaristas e enfermeira) e, atualmente, é coordenado pela sanitarista Shirley Cruz.