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ICOM - Instituto Couto Maia

A biomédica Jaqueline Goes participa de live com a infectologista Ceuci Nunes

31 de agosto de 2021

O Instituto Couto Maia promoveu na última sexta-feira (27) um encontro virtual entre a médica infectologista, diretora-geral do ICOM,  Ceuci Nunes e Jaqueline Goes, a biomédica brasileira que mapeou os primeiros genomas do SARS-CoV-2 no Brasil, em apenas 48 horas e ganhou a sua própria versão da boneca Barbie, uma homenagem da Mattel, ao lado de outras 5 mulheres cientistas do mundo.

Natural de Salvador-Ba,  Jaqueline Goes tem 31 anos. Cursou Biomedicina na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública da Bahia, é mestre em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz — Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ) e Doutora em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia em ampla associação com o IGM-FIOCRUZ. Hoje atua como pesquisadora bolsista da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em nível de pós-doutorado, no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo — Universidade de São Paulo (IMT-USP). Também desenvolve pesquisas na área de arboviroses emergentes, antes de se debruçar sobre a pesquisa do novo coronavírus, participou da equipe que sequenciou o genoma do vírus da zika.

O protagonismo feminino na ciência

Durante a live foi abordado sobre a participação feminina na ciência,  Jaqueline relatou que na equipe em que participou, no sequenciamento dos primeiros genomas do SARS-CoV-2, a maioria era mulheres .“É um momento realmente que a gente precisa ter mais mulheres inseridas” e completa “a gente precisa começar a pensar em políticas públicas ou políticas internas dentro das universidades, dos institutos de pesquisa dos hospitais, pra que isso seja de fato equiparado, nas posições de decisões, nas posições de liderança, para que a gente também tenha equidade de gênero”. Importante destacar o papel na representatividade como mulher, negra, pesquisadora e baiana, uma grande inspiração para as futuras gerações.

O legado da Covid-19 para a humanidade

Sobre a Covid-19, um ponto importante foi o reconhecimento do avanço científico trazido pela pandemia, no curto período de um ano. Para a biomédica, além da evolução na pesquisa, a Covid trouxe a conscientização da necessidade do cuidado com a saúde, afinal toda as medidas de preconização do vírus, previne também uma série de outras doenças que possivelmente não são notadas, como por exemplo a Influenza. “As medidas de prevenção da Covid se estendem à uma série de outras doenças. As pessoas agora têm um pouco mais de cuidado com o que entra em casa, com o que consome” e finaliza “acho que todo mundo entendeu o verdadeiro significado de estar longe de quem a gente ama, e com isso a gente passa a valorizar mais as nossas relações”. Um legado de extrema importância nesse processo de pandemia foi o reconhecimento do SUS, como um sistema de saúde que provou ter condições de atender a população, complementou Ceuci Nunes.

Fuga dos cérebros e o compartilhamento da ciência

Atualmente em Londres para uma especialização, Jaqueline desabafou sobre a perda dos “cérebros” na ciência brasileira, devido a precariedade do sistema científico, onde muitos pesquisadores estão saindo do país, por falta de incentivo e desvalorização no campo da pesquisa. No entanto, em outros países há uma notória qualidade de trabalho e valorização da ciência na tomada de decisões. Outro ponto abordado foi o papel do pesquisador no compartilhamento de informações sobre a ciência e no esclarecimento de dúvidas sobre a Covid.

O impacto da variante Delta, o risco de novas pandemias e a decisão do Ministério da Saúde pela 3ª dose da vacina, também foram temas abordados na live.

Clique aqui e acesse a live completa.


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